terça-feira, 25 de setembro de 2007

PRIMEIRA DIVISÃO

Em 1923, inicia-se na elite da primeira divisão do futebol. O primeiro jogo foi um empate em 1 a 1 com o Andaraí. Logo depois o Vasco surpreenderia, vencendo o Botafogo por 3 a 1, fato que era inadmissível para os rivais, visto que o time vascaíno era composto inteiramente por negros, trabalhadores simples e nordestinos. A presença negra no time do Vasco começava no gol. Formavam o time o goleiro Nelson Conceição, Ceci e Nicolino, além de outros negros e mulatos.

Surge então a guerra contra o Vasco, que passou a ser acusado de ter um time de profissionais.

Nada fica provado e o Vasco segue no campeonato. Na terceira rodada do returno, porém, o Flamengo vence por 3 a 2, com o árbitro anulando um gol legítimo do Vasco. O árbitro da partida era Carlito Rocha, que pouco tempo mais tarde se tornaria o presidente do Botafogo.

Mesmo assim, lutando contra os clubes unidos contra ele, o Vasco venceu o América e o Fluminense, conquistando o campeonato no dia 12 de agosto de 1923, derrotando o São Cristóvão por 3 a 2, no campo de General Severiano.

Os clubes da "elite" não suportaram ver seus times sendo derrotados por um time formado por negros e pobres, e que nem estádio possuía. Vieram as acusações de falta de profissionalismo e a alegação de que analfabetos não poderiam atuar. Assim, o Vasco pagava a professores para ensinar seus jogadores a assinar a súmula das partidas.

Os camisas pretas - apelidado dado aos jogadores vascaínos por causa do seu uniforme, foram ganhando partida por partida, sempre virando o placar no segundo tempo, devido ao ótimo preparo físico dos jogadores, até ganhar o campeonato.

No ano seguinte, os clubes da zona sul (área de elite da cidade do Rio de Janeiro), Botafogo, Flamengo, Fluminense e alguns outros clubes se uniram e abandonaram a Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), deixando de fora o Vasco.

Depois, impuseram a condição de que o Vasco, para se filiar à nova entidade, AMEA, deveria dispensar doze de seus atletas (todos negros) sob a acusação de que teriam "profissão duvidosa". Diante da situação imposta, em 1924, o presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, José Augusto Prestes, enviou uma carta histórica à AMEA, recusando a se submeter à condição imposta e desistindo de filiar-se a AMEA.

Com a recusa, o Vasco permaneceu na LMDT, conquistando o bicampeonato de forma invicta. O último jogo foi Vasco 1 a 0 Bonsucesso, realizado no campo da rua Prefeito Serzedelo, no Andaraí.

Em 1925, o Vasco foi admitido na AMEA, graças ao apoio de Carlito Rocha (o mesmo árbitro que anulara o gol do Vasco em 1923), então presidente do Botafogo, que soube vencer as resistências internas na AMEA. Para ser admitido, o Vasco aceitou sediar os seus jogos no campo do Andaraí, na rua Barão de São Francisco, onde hoje está o shopping Iguatemi.

Apesar disso, o Vasco decidiu construir o seu próprio estádio, para acabar com qualquer exigência da entidade. O local escolhido para a construção foi a chácara de São Januário, que fora um presente de Dom Pedro I à Marquesa de Santos.

Em 21 de abril de 1927, o Vasco inaugura o então maior estádio do Brasil, perdendo para o Santos por 5 a 3. A construção do estádio durou dez meses e o dinheiro para a obra foi arrecadado por uma campanha de recolhimento de donativos de torcedores de toda a cidade.

Em 1929 o Vasco inaugurou a iluminação do estádio, passando a ser o primeiro estádio do Brasil com capacidade de realizar jogos noturnos. Ainda em 1929, o Vasco conquistou os campeonatos no remo e no futebol, tornando-se "Campeão de Terra e Mar".

Os anos 30

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